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No Show

Image by Abigail Lynn

    Curtir os festivais é uma experiência única e incrível que todos devem ter a oportunidade de passar, então para isso é importante prestar atenção em alguns pontos:

Acessibilidade
   Para um evento ser acessível a todos, a organização deve pensar em todos os detalhes da experiência, desde a compra de ingresso até o final dos shows. Alguns exemplos de estruturas de acessibilidade essenciais em festivais são rampas, banheiros acessíveis, área reservada com melhor visibilidade do palco, vagas exclusivas de estacionamento, pisos e mapas táteis.
   Nas últimas edições do Rock in Rio foram disponibilizados serviços gratuitos de empréstimos e oficinas para reparos de cadeiras de rodas, carrinhos de golfe para transporte entre as atrações, além de intérprete de Libras e aplicativo de audiodescrição. A contratação de intérpretes de língua de sinais é cada vez mais solicitada, pois para as pessoas se sentirem incluídas é preciso ir além da vibração da música.
   Entretanto, a repórter do R7, que tem paralisia cerebral e anda com muletas, Brenda Marques, foi ao Rock in Rio 2019 e comprovou falhas na inclusão de pessoas com deficiência.
   “Lá tinha uma plataforma para uso exclusivo de PCDs (pessoas com deficiência), mas estava muito afastada do palco, numa situação de lotação, seria muito difícil assistir ao show daquela distância. Consegui o último triciclo disponível porque a outra pessoa que chegou antes de mim desistiu de usá-lo. Um funcionário do evento me informou que havia 60 cadeiras para pessoas com deficiência – normais e motorizadas. De acordo com Thiago, a quantidade foi estipulada com base na demanda de 2017 e, na segunda semana do festival, serão disponibilizadas 85 cadeiras. Na hora de ir embora, estava garoando de novo. Devolvi o triciclo e, então, tive que andar por uma longa distância e descer uma escada igualmente longa até chegar ao carrinho de golfe que nos levou até a saída do parque”.
   A experiência da Brenda no final foi positiva por causa da presença dos amigos, mas na acessibilidade o RIR 2019 ficou devendo. É importante que os eventos mantenham uma equipe bem informada para que a experiência do consumidor seja positiva, tendo inclusive uma equipe diversa, com a participação de pessoas com deficiência e por último, é essencial que seja perguntado o que as pessoas acharam do evento e o que pode ser melhorado.
   Apesar desse problema, o Rock in Rio é um dos poucos festivais do Brasil que apresenta acessibilidade, alguns outros são: João Rock (Ribeirão Preto, São Paulo), Lollapalooza (São Paulo) e Virada Cultural (São Paulo).
   Então antes de curtir seu show, pesquise e se atente às informações para saber se o evento cumpre as regras de acessibilidade e inclusão, assim você pode ter a melhor experiência possível.

Representatividade
   A representatividade nos festivais é muito importante, tanto em cima do palco, quanto fora deles, independente de qual tipo de representação. Representatividade simboliza uma necessidade em manter-se firme na inclusão, democratização, pluralidade e reflexão sobre a diversidade.
   Nos últimos anos o debate sobre representatividade ganhou mais força e impulsionou uma série de mudanças no mundo. Essas mudanças têm sido muito positivas nos diversos setores da sociedade, como nos eventos, o Lollapalooza 2022 teve vários artistas negros e LGBTQIA+ se apresentando no festival, Emicida, A$ps Rocky, Mc Tha e Jup do Bairro são alguns dos exemplos que deram o nome lá.
   Mas a representatividade feminina nos line-ups ainda é pequena, um post do perfil @acucardemelanciaa, causou uma reflexão nas redes sociais e deixou muita gente impressionada. A publicação foi dos últimos line-ups de quatro grandes festivais, Lolla Brasil 2019, Pinkpop Holanda 2018, Rock in Rio Brasil 2019 e Ultra Music Festival Flórida 2019.
   O post deixou todos chocados ao apagar os nomes de artistas e bandas compostas por homens e deixar na lista apenas os das mulheres, de 60 apresentações confirmadas por dia, apenas 12 são mulheres. No festival de eletrônica a situação é pior ainda, com uma média de 54 atrações diárias, apenas 6 são mulheres.

    Em um cenário em que artistas mulheres lançam cada vez mais projetos inovadores, mostram suas habilidades multifacetadas e apoiam novos talentos na música, o ambiente é desanimador. Não faltam artistas mulheres talentosas na cena musical. Não falta apelo para ter essas mulheres na cena musical. O que falta é uma curadoria cuidadosa e um movimento voltado para prestigiar artistas mulheres.
   Com a repercussão da análise sobre a presença feminina em festivais, também foi comparado os artistas brancos e pretos, e os números são mais gritantes, no mesmo festival de música eletrônica, dos 60 artistas convidados, apenas 5 são negros. Novamente, não faltam artistas negros talentosos na cena musical, o que falta é uma curadoria bem feita e movimentos voltados para os prestigiar.
   E isso foi mostrado no Locomotiva Festival 2022, que aconteceu em outubro na cidade de Piracicaba, com 12 atrações no line-up, 6 eram artistas mulheres ou bandas com vocalistas mulheres. O festival contou também com a banda Black Pantera, que o propósito é de lutar pela representatividade negra, com músicas com letras que fazem isso, como “Fogo nos Racistas” e “Padrão é o Caralho”.

Line Locomotiva Festival 2022.png

Valores para Consumos
   Um ponto negativo nos festivais tem sido os preços de comidas e bebidas lá dentro, o RIR 2022 apresentou alguns preços bem salgados para consumação, então, se você não quiser gastar muito lá dentro, leve alimentos para a Cidade do Rock, seguindo as regras necessárias, pois os valores estão mais caros se comparados aos da última edição do festival, que ocorreu há três anos.
   Segundo a comparação feita pela Folha de S. Paulo, em 2019, a versão mais simples de um cachorro-quente custava R$22. Agora, sai por R$32. A opção mais completa, à venda no espaço Gourmet Square, é vendida a R$38. O preço da pizza com quatro fatias foi de R$40 para R$52.
   O preço das bebidas também subiu. Se em 2019 o público precisava pagar R$13 para beber um copo de 400 ml de chope, agora precisa de R$15. O copo de água de 350 ml sai por R$6, R$1 a mais do que antes. Outras opções disponíveis são refrigerante (R$9), suco (R$9), matte (R$9), energético (R$12) e milkshake (R$20).
   O Rock in Rio deste ano também contou com uma Americanas, que vende produtos de higiene pessoal e aperitivos, com preços que variaram entre R$8 e R$30.

Acidentes e Confusões
   O que tem sido muito comum nos shows e festivais são os acidentes e confusões antes, durante ou após o evento. Um acidente que marcou esse ano foi durante o show do rapper Travis Scott no Texas, cerca de oito pessoas morreram pisoteadas e outras foram feridas após tumulto.
   Esse fato não é algo isolado e ocorreu também no Brasil, durante o Curitiba Country Festival, evento de música em Pinhais, um jovem se meteu em uma confusão e um show teve que ser paralisado após o mesmo desmaiar por conta da pancadaria que aconteceu.
   Ao ir em eventos, não arrume brigas, se acontecer algum problema não entre em pânico, evite acidentes, descubra onde são os pontos estratégicos de atendimento médico no evento e qualquer problema, dirija-se a ele.
    Curta seu show sem confusões!
   Outro problema que tem ocorrido são as vendas casadas, algo contra a lei, durante a 10ª edição do festival Planeta Brasil o público relatou que para adquirir uma cerveja, além de pagar o valor dela (R$15) era necessário comprar o copo por R$10, pois a bebida não era vendida na lata/garrafa. Isso fere a Constituição, então curta seu show e depois busque seus direitos na Defesa do Consumidor.

Dicas Finais
   Vamos lá, para curtir um bom show e não ter nenhuma surpresa na porta do evento, não se esqueça de levar:

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